CREPúSCULO POéTICO

Em certos momentos
Meu coração se alegra
Olho pela janela da alma
Em meu interior tudo é paz

Lá fora a vida se multiplica
Os jardins ficam floridos
O céu com poucas nuvens
Faz o pensamento flutuar

A fé se renova a cada dia
O amor aquece o coração
É a sensação de liberdade
Traçando novos caminhos

As paisagens que mentalizo
Vão buscar a plenitude
Dessa maneira alimento
O que vai no pensamento

Assim esqueço meu calvário
E a paz se torna meu deleite!

Lucélia Lima
08/09/2010

Não sabia que um adeus doía tanto
É como se arrancassem meu coração
E ele fosse partindo aos poucos

O coração vai parando de bater
O desejo é de fugir para bem longe
Banhar em lágrimas incessantemente

Entristeço-me em saber que para você
Fui apenas um passatempo que passou
Com o passar do tempo passou o amor!

E assim passou...
Toda minha carência...
E assim terminou...
Esse meu amor....
...em demência!

Lucélia Lima
17/11/2010

Não quero viver num mundo só de flores
Quero caminhos abertos para o infinito
Somente quem sofre e sente as dores
Dá valor a tudo, sem cometer um delito.

A vitória é um desejo de quem vagueia
E que anda de lá pra cá buscando sobras
Se tiver coragem para semear na areia
Dos erros e acertos edificará novas obras

Acenda uma luz para que o olhar seja puro
E que o medo não seja motivo de vergonha
Que conceito é esse que controla o futuro

É ele que pode aceitar o direito a liberdade
Que abre todos os caminhos de quem sonha
Com um mundo de verdade, sem vaidade!

Lucélia Lima
17/11/2010

Fico tanto tempo sozinha
Que estou virando florzinha
Presa num vaso solitário
Que se põe sobre o armário

Já estou pensando em virar
Uma devota monja budista
Mas eu teria que renunciar
O desejo de virar artista

Não estou preparada para solidão
Solidão é uma palavra indefinida
É totalmente sem explicação

Tenho meus altos e baixos sim...
Mas sou como ventania destemida
Com coragem vou bem até o fim!

Lucélia Lima
06/01/2010

Palavras semeadas

Não é o escárnio da plebe
Que mais me incomoda
Não e o desnudar da pele
Que me tira da moda

É estar diante do ermo
Preste a uma grande erupção
É procurar por um termo
Que me tire desta imensidão

Como num clarão a sucumbir
Ou entre palavras se esvaindo
A aguilhoada é uma semente

No monólogo tudo é um detrair
Tal qual um anagrama destorcido
Palavras semeadas atrás de uma lente

Lucélia Lima
14/01/2010